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Livro celebra os 125 anos de história da Fiocruz

Obra coletiva reúne 122 textos e analisa a importância da fundação para a história do Brasil e a saúde global desde 1900

09 jun/2025

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Como a Fiocruz se tornou uma instituição estratégica de Estado, reconhecida por todas e todos os brasileiros e com grande relevância internacional? Esse é o fio condutor da publicação coletiva Ciência e Saúde pela Vida: 125 anos de história da Fiocruz, que acaba de ser lançada em comemoração ao aniversário da fundação. Publicado em uma parceria entre a Editora Fiocruz e a Hucitec Editora, o livro está dividido em doze décadas e reúne 122 textos ilustrados escritos por 83 autores — em sua maioria historiadores da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz).

Resultado de cinco anos de trabalho coletivo, a obra foi organizada pelos pesquisadores da Casa, Dominichi Miranda de Sá, André Felipe Cândido da Silva e Tamara Rangel Vieira e pelas egressas do PPGHCS e pesquisadoras de pós-doutorado Vanessa Pereira da Silva e Mello (COC) e Lorenna Ribeiro Zem El-Dine (UFF). A publicação também consolida e divulga as pioneiras pesquisas sobre a história da Fiocruz realizadas pela Casa de Oswaldo Cruz nos seus 40 anos de existência.

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Idealizado, inicialmente, para marcar os 120 anos da Fiocruz, em 2020, o livro teve seu cronograma alterado pela Covid-19, mas a atuação decisiva da instituição no enfrentamento da emergência sanitária passou a integrar o conteúdo da obra, ao lado de sua participação em epidemias e pandemias anteriores, como a de gripe espanhola e HIV-Aids. 

Na apresentação do livro, os organizadores destacam o extenso trabalho de pesquisa, que incluiu o exame de milhares de registros sobre a história da Fiocruz em bases digitais, mas sobretudo levantamentos no riquíssimo acervo institucional sob a guarda da Casa de Oswaldo Cruz. 

Para os organizadores, o livro não é um portfólio da estrutura ou das áreas de atuação institucional, mas uma obra de história das ciências e da saúde — construída com base na interdisciplinaridade e no trabalho coletivo, valores fundadores da própria Fiocruz.

Os textos seguem uma ordem cronológica, mas não rigidamente sequencial, por valorizarem processos históricos até a atualidade. O livro está dividido em duas partes: Gênese e Metamorfose de um Projeto Institucional: do Instituto Soroterápico Federal à Fiocruz e A Consolidação do Complexo Institucional em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, com destaque para o texto As Bases da Fiocruz Moderna nas Pesquisas.

A primeira parte do livro vai da década de 1900, com a criação do Instituto Soroterápico Federal, o embrião da instituição, à década de 1970, época em que foi organizada a Fundação Oswaldo Cruz. O período inclui uma grande variedade de temas, entre os quais, o combate às epidemias em todo o século 20, a Revolta da Vacina, campanhas de vacinação, o desenvolvimento de áreas inovadoras de pesquisa na instituição, sua presença nacional, suas principais cooperações internacionais e a criação do SUS. A segunda parte aborda da década de 1980 a 2010, incluindo a atuação da Fiocruz na luta contra a Aids, o trabalho da instituição como Agente da Política Externa Brasileira, o Programa Mais Médicos e o desafio da Pandemia de Covid-19.   

Um dos destaques da publicação é a inclusão de um documento histórico inédito de 1965, elaborado por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz que seriam posteriormente cassados durante o episódio conhecido como Massacre de Manguinhos. O documento revela as tensões vividas por pesquisadores nos anos iniciais da ditadura militar, e reforça o papel histórico da Fiocruz na defesa da democracia, da liberdade acadêmica e sobretudo da importância da ciência para o país.