Atual diretor da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), Marcos José de Araújo Pinheiro tomou posse na manhã desta quarta-feira, dia 28, durante a cerimônia de abertura das celebrações dos 125 anos da Fiocruz, no auditório de Bio-Manguinhos, no campus de Manguinhos, na zona norte do Rio.
Diante de um recinto lotado de trabalhadores da instituição, o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, destacou o compromisso com a saúde pública e a democracia e destacou o legado de Oswaldo Cruz e de todos aqueles que estiveram à frente da fundação, como Nísia Trindade Lima, Paulo Gadelha, Paulo Buss, Carlos Morel e Akira Homma, todos eles presentes ao evento.
Candidato único, Marcos José de Araújo Pinheiro foi reeleito para seguir na direção da Casa de Oswaldo Cruz até 2029, com 91,5% dos votos válidos. O pleito contou com a adesão de 87,4% dos 135 servidores aptos a participar do processo eleitoral.
Doutor em engenharia de produção pela Coppe/UFRJ, Pinheiro ocupa a direção da unidade desde junho de 2021, cargo que desempenha juntamente com a docência no Programa de Pós-Graduação em Preservação e Gestão do Patrimônio Cultural das Ciências e da Saúde da Casa, a coliderança do grupo de pesquisa Saúde, Cidade e Patrimônio Cultural (CNPq/Fiocruz) e a coordenação do Preservo – Complexo de Acervos da Fiocruz.

Marcos Pinheiro fala durante seminário do Preservo. Foto: Vitor Vogel
Na Fiocruz desde abril de 1989, três anos após a Casa ter sido inaugurada, em pleno processo de redemocratização do país, Pinheiro, engenheiro eletricista pela PUC-Rio, foi contratado como terceirizado para colaborar no projeto de restauração da ala sul do primeiro pavimento do Pavilhão Mourisco, sob a responsabilidade da Coordenação de Restauro, que logo viraria Departamento de Patrimônio Histórico (DPH). Em 1998, tornou-se servidor da Fiocruz por meio de concurso público e segue, desde então, atuando para expandir o inspirador trabalho realizado na Casa de Oswaldo Cruz, um centro de história, memória e patrimônio cultural.
Na área de gestão na Casa de Oswaldo Cruz, Pinheiro tem uma trajetória de quase 30 anos, iniciada em 2001, quando ele assumiu pela primeira vez a chefia do DPH. A partir daí participou de todas as gestões da unidade, até se tornar diretor.
Durante o período em que Nísia Trindade Lima foi diretora da Casa de Oswaldo Cruz, integrou o Conselho Deliberativo da unidade, assim como a comissão responsável pela revisão do Regimento Interno da Casa (2001–2002). Ao lado de Sérgio Góes, atuou na implantação do Campus Fiocruz Mata Atlântica e, mais tarde, coordenou o Plano de Requalificação do Núcleo Histórico Rodrigues Caldas no âmbito do PAC-Colônia.
Em 2005, na primeira gestão de Nara Azevedo, assumiu a Vice-Diretoria de Gestão e Desenvolvimento Institucional, e, em 2010, tornou-se vice-diretor de Informação e Patrimônio Cultural. Quando Paulo Elian foi eleito diretor pela primeira vez, em 2013, integrou a equipe como vice-diretor de Patrimônio Cultural e Divulgação Científica. Entre as inúmeras ações realizadas durante esse período, coordenou a concepção e implementação do Preservo e a elaboração e validação da Política de Preservação dos Acervos Científicos e Culturais da Fiocruz, aprovada em 2018. Foi ainda responsável pela formulação da Política de Preservação e Gestão de Acervos Culturais das Ciências e da Saúde da COC (2013).

Mario Moreira, presidente da Fiocruz, e Marcos Pinheiro, durante evento no Museu da Vida Fiocruz. Foto: Vitor Vogel
Pinheiro também coordenou o Plano de Requalificação do Núcleo Arquitetônico Histórico de Manguinhos (Nahm). A iniciativa está em articulação com o Programa Institucional Territórios Sustentáveis e Saudáveis, que por sua vez, promove cooperação entre áreas, amplia a interação com o território e contribui para integrar a Fiocruz ao mapa cultural da cidade do Rio de Janeiro. Foi ainda um dos idealizadores da Semana Fluminense do Patrimônio e participou de sua comissão organizadora ao longo de 11 edições.
Além de sua vasta experiência na gestão na Casa de Oswaldo Cruz e de sua trajetória acadêmica, Pinheiro lançou os livros Museu, memória e esquecimento – um projeto da modernidade (2004), que integra a Coleção Engenho e Arte da Coppe/UFRJ, e do premiado Metodologia e tecnologia na área de manutenção e conservação de bens edificados (IAB-RJ, 2011). Além disso, participou da organização das obras Abordagens e experiências na preservação do patrimônio cultural nas Américas e Península Ibérica (2021) e Patrimônio cultural, ciência e inovação: desafios contemporâneos (2024), lançado com apoio do CNPq e da Faperj.
O processo de escuta, que Pinheiro adotou ao longo de sua gestão, foi também um valor fundamental na campanha à reeleição para o cargo de diretor, evidenciado nos encontros realizados nas últimas semanas com os departamentos e representantes das diversas instâncias que compõem a Casa de Oswaldo Cruz.
“Assumi o compromisso de, durante a campanha, ouvir atentamente todos os trabalhadores e estudantes da Casa. Essa escuta tem como objetivo ajudar na construção coletiva de um Programa de Gestão que valorize os 40 anos de história da instituição e que reforce seu papel como espaço plural, democrático e preparado para enfrentar os desafios do presente e do futuro”, afirmou Pinheiro, logo na abertura da carta expressa lançada durante a campanha à reeleição, na qual expôs seu comprometimento com a Fiocruz, com o serviço público e com os princípios que sustentam o Sistema Único de Saúde (SUS).